Outrora encabeçando a lista de homem mais rico do Brasil, Eike Batista já se enveredou pelos negócios de óleo e gás, energia, a indústria naval e, claro, de mineração. Agora, aposta no mercado sucroalcooleiro. Em entrevista à CNN Brasil, Eike destrinchou sua nova atuação no mercado de energia.
A aposta é em um projeto protagonizado pela cana-de-açúcar geneticamente modificada — que, segundo Eike, teria a capacidade de dobrar ou triplicar a produção de etanol no Brasil.
“A biotecnologia vai ajudar o Brasil a produzir duas a três vezes mais etanol e de sete a doze vezes mais biomassa”, afirma Eike ao CNN Entrevistas.
“Com essa minha cana, sabemos todos que o Brasil está no centro da transição energética”, diz.
“Nós estamos começando a divulgar, mas vai fazer, nos próximos cinco, dez, quinze anos, uma revolução extraordinária de produção, aumento massivo de etanol”, afirma o empresário.
“Então, a gente vai navegar um mundo aí da transição energética. O Brasil, né? Difícil competir com o Brasil em termos de área agricultável, né? E nessas energias verdes aí”, diz ele.
Indagado sobre o tamanho de seu patrimônio hoje em dia, Eike não quis abrir valores — disse apenas ter “o suficiente”.
“A minha riqueza eu enxergo como a minha capacidade de fazer de novo”, afirma ele.
“Eu faço mentoria para empresários que me pagam por isso, então eu vivo com isso e cobro, sim, as pessoas gostam de mim, gosto de me ouvir, eu tenho coisa para comunicar. Os meus projetos são realmente fora da caixa. Nesta parte, muito pouca gente sabe juntar as peças do jeito que eu aprendi a juntar”, diz ele.
Dono do chamado “império X”, o empresário nascido em Governador Valadares, mas radicado no Rio de Janeiro, viu seu patrimônio de US$ 34,5 bilhões ruir a partir de 2013.
O ocaso aconteceu a partir da percepção de agências de classificação de risco apontarem incongruências entre as prospecções apontadas pelas empresas de Eike e as reais expectativas em torno da capacidade de exploração de petróleo por parte da OGX, braço de petróleo do grupo EBX, em 2013.
O estopim foi o anúncio da OGX de que havia optado pelo não pagamento de parcelas de juros remuneratórios no valor aproximado de US$ 45 milhões decorrentes de bônus emitido no exterior.
Posteriormente, o empresário foi preso por duas vezes, em 2017 e 2019. A primeira prisão se deu no âmbito de um desdobramento da Operação Lava Jato.
Segundo as acusações, Eike teria pago US$ 16,5 milhões em propina ao então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, por meio de contratos fraudulentos com o escritório de advocacia da mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo. Ele nega.
CNN Brasil