Fundamentos como o progresso das monções, a revisão da intensidade do La Niña, a melhoria do clima na Tailândia, a produtividade otimista da MARS para a UE e o aumento da disponibilidade na China estão se desenvolvendo, apesar do foco do mercado nos problemas climáticos do Centro Sul.
A CNBC Newswire relatou a proposta da ISMA de cotas de exportação para equilibrar o excesso de estoques, mas a aprovação do governo é improvável para a temporada 2023/24, sugerindo uma possível retomada em 2024/25 se a demanda doméstica e o desvio de etanol forem atendidos.
O otimismo quanto a Índia é impulsionado pelo clima favorável, pelas monções oportunas e, de acordo com o Departamento de Agricultura e Bem-Estar dos Agricultores, pelo aumento da área de plantio de cana, com os níveis de umidade do solo apoiando o desenvolvimento das culturas e queda do risco de doenças nas principais regiões.
A visão de permissão de exportação tem fundamento, mas os preços devem cobrir a paridade de exportação, estimada entre 19-20,15 c/lb, potencialmente estabelecendo o preço mínimo durante a entressafra brasileira.
Conforme discutido em relatório anterior da Hedgepoint Global Markets, enquanto o mercado se concentrava nos problemas climáticos do Centro-Sul, alguns fundamentos importantes também estavam se desenvolvendo.
De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepint, “as monções estão progredindo bem, a intensidade do La Niña foi revisada para baixo, espera-se que as condições climáticas na Tailândia melhorem, a MARS continua otimista em relação a produtividade da UE e espera-se que a China tenha maior disponibilidade. Além desses pontos, na semana passada, o mercado finalmente percebeu que a Índia pode ser um pouco mais baixista do que a maioria dos analistas previam”.
De acordo com a CNBC Newswire, a Associação das Usinas de Açúcar da Índia (ISMA) propôs cotas de exportação para equilibrar o excesso de estoques. Entretanto, é improvável que o governo permita qualquer exportação na temporada 2023/24.
“Isso sugere que a Índia poderá retornar aos fluxos comerciais na temporada 2024/25, conforme discutido anteriormente. Uma vez confirmado que há oferta suficiente para o desvio de etanol e a demanda doméstica, o governo poderia permitir exportações de 1,5 a 2 Mt, o que se alinha com nossas estimativas anteriores. Essa entrevista e o otimismo com relação à disponibilidade de açúcar indiano foram os principais motivos da correção de preços na última terça-feira, juntamente com algumas chuvas na região Centro-Sul do Brasil”, explica a analista.
“O otimismo recém-descoberto por alguns quanto a Índia é impulsionado, em grande parte, pelas condições climáticas favoráveis, com as monções chegando na hora certa, ou até mesmo um pouco antes do previsto. Essas chuvas oportunas forneceram água suficiente para o desenvolvimento da cana, pelo menos por enquanto”, destaca.
“Além disso, o Departamento de Agricultura e Bem-Estar dos Agricultores divulgou um aumento na área semeada de cana, de 5,5 Mha para 5,7 Mha, o que também é positivo para as expectativas de 25/26”, diz.
É claro que, embora muitos argumentem que esses números podem não refletir a realidade, parece estranho apostar em um declínio acentuado da área quando a cana continua sendo uma das culturas mais bem remuneradas para o agricultor médio.
“Ademais, a maioria dos estados produtores de cana tem umidade do solo próxima ou acima da média. Em Uttar Pradesh, a menor precipitação em junho pode ter sido benéfica para reduzir a ocorrência da doença “hed-hot”. Enquanto isso, os níveis dos reservatórios na Região Central permanecem próximos da média, atualmente em 25%, em comparação com os 26% típicos dessa época do ano”, observa.
Portanto, tudo atualmente apoia a visão de exportações em 24/25. Entretanto, os preços precisam ser suficientes para cobrir a paridade das exportações.
“Temos duas medidas diferentes a considerar: o custo das exportações, definido pelo nível do Preço Mínimo de Venda (MSP em inglês) em 17,13 c/lb, e o Preço Doméstico Atual (PDA) em Mumbai, que está em 21,01 c/lb. Este último representa o nível de preço no qual as usinas indianas ficariam indiferentes entre vender no mercado interno ou internacional. Com uma forte demanda, um prêmio poderia ser adicionado a esses dois preços”, aponta.
“À medida que o país acumula estoques e a nova temporada começa, podemos ver uma correção do preço doméstico, ajustando o nível de indiferença”, pondera. Tirando a média entre o MSP e do PDA, pode-se esperar que o nível de indiferença fique em torno de 19 c/lb sem um prêmio. Se a demanda continuar forte e um prêmio for adicionado, o nível seria de 20,15 c/lb.
“O que isso significa? Em nossa opinião, esse pode ser o piso para o preço do açúcar durante o período mais altista, durante a temporada de entressafra brasileira quando os fluxos comerciais dependem mais do Hemisfério Norte”, conclui.
Em resumo, conforme discutido em relatório anterior, os principais fundamentos, como o progresso das monções, a revisão da intensidade do La Niña, a melhoria do clima na Tailândia, a produtividade otimista da UE pela agência MARS e o aumento da disponibilidade na China estão se desenvolvendo e devem ser monitorados.
A CNBC Newswire informou que a ISMA propôs cotas de exportação para equilibrar o excesso de estoques, mas a aprovação do governo é improvável para a temporada 2023/24, sugerindo uma possível retomada das exportações em 2024/25 se a demanda doméstica e o desvio de etanol forem atendidos.
O clima favorável, as monções oportunas e o suposto aumento da área de plantio de cana contribuem para o otimismo da Índia. Embora as condições atuais apoiem as permissões de exportação, os preços devem cobrir a paridade de exportação, estimada entre 19-20,15 c/lb, o que pode definir o piso do preço do adoçante durante a entressafra brasileira.
Hedgepoint Global Markets - via Notícias Agrícolas