A produção brasileira de açúcar na nova temporada 2022/23 deverá aumentar 15%, para 40,3 milhões de toneladas, com usinas destinando mais cana para a fabricação do adoçante e menos para etanol, cujo volume deverá cair no ciclo iniciado em abril, estimou ontem a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Já a safra de cana do País deverá ter um aumento de 1,9% em 2022/23, para 596 milhões de toneladas, com uma recuperação da produtividade que mais do que compensará uma redução na área plantada afetada pela maior concorrência de lavouras de soja e milho.
A safra de cana da região Centro-Sul, que responde pela maior parte da produção, deverá ter crescimento de 1,7%, para 539 milhões de toneladas. A produção de açúcar do Centro-Sul deverá crescer 13,3%, para 36,4 milhões de toneladas.
No Brasil, a destinação de cana para o açúcar deverá crescer 14%, para 296,9 milhões de toneladas, com a Conab citando “boas margens de lucro” do adoçante e “muitos contratos a serem cumpridos”.
“O aumento das cotações internacionais do açúcar na safra 2021/22 colaborou para a venda antecipada de grande parte da produção da safra 2022/23 no mercado futuro, fator que também pode favorecer o crescimento das exportações nesta temporada”, notou a Conab.
De outro lado, a estatal prevê uma redução de 7,9% no volume da matéria-prima para etanol, a 299,18 milhões de toneladas – a diminuição expressiva pode surpreender alguns, que estimam que o mix para o biocombustível aumentará na nova temporada.
Dessa forma, a produção de etanol de cana do Brasil em 2022/23 deve recuar 7,4%, a 24,8 bilhões de litros, enquanto cairá 6,7% no Centro-Sul, para 22,97 bilhões de litros.
De outro lado, a Conab apontou aumento de 10,7% na produção de etanol de milho do Brasil, para 3,8 bilhões de litros, com novos projetos entrando em operação.
Isso não será suficiente para evitar uma queda de 5,3% na produção total do biocombustível (de cana e milho), para 28,66 bilhões de litros.
A área plantada com cana-de-açúcar do Brasil em 2022/23 deve cair 1,3%, para 8,2 milhões de hectares, por concorrência com grãos, segundo a Conab.
“A grande procura por áreas para o cultivo de soja e milho, devido aos preços atrativos dos grãos, foi apontada como o principal motivo para a perda de 108 mil hectares de área de produção, mesmo com um cenário positivo para o setor sucroenergético, com preços atrativos para o açúcar e etanol”, disse.
A Conab projeta aumento de 3,2% na produtividade média da colheita de cana no Brasil em 2022/23, para 72.609 quilos por hectare.
Diário do Comércio