Com o tema biocompetitividade, foi realizado nesta segunda-feira, 5, o Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). O evento discutiu qual a posição estratégica do Brasil no agronegócio e na agenda das mudanças climáticas no mundo.
O embaixador Roberto Azevedo, ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) e sócio da gestora YvY Capital Roberto Azevedo, avaliou que o Brasil não deve realizar alinhamento automático nem com o Ocidente nem com o Oriente, e defendeu um pragmatismo do país no agronegócio.
“O Brasil tem que ser pragmático e defender o interesse nacional nessas negociações. Hoje nós somos um player global e felizmente não estamos limitados geograficamente. Não podemos nos dar ao luxo de realizar uma abordagem geopolítica simplista. Temos que ter alguma sofisticação nessa abordagem”, explicou.
O maior parceiro comercial do Brasil é a China, seguida da União Europeia e dos Estados Unidos.
‘País tem que achar um elemento comum com a UE’
A importante vitória da extrema-direita na eleição para o Congresso da União Europeia, realizada no mês de junho, ligou o sinal de alerta sobre o debate sobre as mudanças climáticas e o futuro do acordo de livre comércio entre o Mercosul e o bloco europeu.
Azevedo afirmou que a negociação tem que ser valorizada neste momento e que o Brasil não deve tentar impor uma agenda climática que possa afastar ainda mais a UE.
“Não é tão difícil quanto aprece. O Brasil concorda com essa agenda das mudanças climáticas e quer contribuir. Em vez de recusar a saída europeia e causar atritos, podemos oferecer alguma outra alternativa, mas não tem receita pronta nem bala de prata. É preciso entender o problema e oferecer alternativas”, disse.
Dinheiro Rural