Perda inferior à registrada no mesmo período do ano passado está relacionada ao início da operação da planta de etanol de milho em Maracaju (MS)
A Cerradinho teve um prejuízo de R$ 149 mil no primeiro trimestre da safra 2024/25, mas foi 98,7% menor do que o prejuízo que a companhia teve no mesmo período do ano passado. A redução da perda está relacionada ao início da operação da planta de etanol de milho em Maracaju (MS).
A nova unidade permitiu que a companhia produzisse 40,5% mais etanol no trimestre, ou 316 milhões de litros. A moagem de cana-de-açúcar cresceu 15,3%, para 1,9 milhão de toneladas, enquanto o processamento de milho saltou 77,3%, para 364 mil toneladas.
A Cerradinho optou por segurar a venda do etanol feito de cana e vender o etanol de milho. Com isso, a receita do etanol de milho chegou a R$ 317,3 milhões e superou a do etanol de cana, de R$ 220,3 milhões. A receita líquida total, que também inclui vendas de DDG, energia e outros, aumentou 3,3% no período, para R$ 671,3 milhões.
A produção do etanol de milho também ofereceu uma margem operacional (preço médio descontado do custo caixa) melhor que o etanol de cana. Enquanto o etanol de milho assegurou uma margem operacional de 16%, a do etanol de cana ficou em 5,6%.
Porém, o negócio de cana - que também inclui energia de cogeração — ainda gerou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) maior que o negócio do milho — que inclui as operações de DDG e óleo de milho. O Ebitda ajustado da cana ficou em R$ 82,4 milhões, queda de 9,4%, enquanto o Ebitda ajustado do milho foi de R$ 68,3 milhões, alta de 248%.
Em ambos os negócios, o Ebitda foi sustentado pelo menor custo caixa e pelo reconhecimento de créditos tributários.
Enquanto a margem Ebitda do negócio de cana ficou em 30%, crescendo 7 pontos percentuais, a margem Ebitda do negócio de milho aumentou 10 pontos, para 17%.
Com a conclusão da unidade de Maracaju e o fim da construção da fábrica de açúcar no primeiro trimestre, a Cerradinho reduziu os investimentos em expansão e modernização, o que fez as despesas de capital (Capex) do período diminuírem 39,1%, para R$ 179 milhões.
Os investimentos anteriores em expansão estão agora refletidos na dívida líquida, que cresceu 11% ao longo do trimestre e encerrou 30 de junho em R$ 1,9 bilhão. Isso fez a alavancagem subir de 2,76 vezes para 2,89 vezes em três meses. Toda a dívida está atrelada a reais e 79% está no longo prazo.
Por Camila Souza Ramos
Globo Rural (14/08)