Em trinta dias 30% de alta - Por Arnaldo Luiz Corrêa

Em trinta dias 30% de alta - Por Arnaldo Luiz Corrêa

O mercado futuro de açúcar em NY fechou mais uma semana com expressiva alta. O vencimento maio/2016 encerrou a sexta-feira negociado a 15.97 centavos de dólar por libra-peso após ter visitado a região dos 16 centavos, acumulando uma variação positiva de 84 pontos na semana, ou pouco mais de 18 dólares por tonelada.
Pode-se atribui a firmeza do mercado à Tailândia, cuja safra encolheu, à China que deverá demandar (importar) mais açúcar branco e ao Brasil cuja fixação de preços está em compasso de espera uma vez que os reais obtidos nas fixações da 2016/2017 e da 2017/2018 são menores agora pois o real se valorizou em relação ao dólar. De 22 de fevereiro, quando atingiu 12.45 centavos de dólar por libra-peso até a sexta-feira o mercado subiu 365 pontos, ou seja, quase 30%.
O fechamento da sexta convertido pela taxa de câmbio do Banco Central foi de R$ 1,325 por tonelada FOB. Os meses de negociação com vencimento mais longo diminuíram seus valores em reais por tonelada. Essas chances perdidas, seja por falta de crédito para poder operar derivativos, seja por falta de coragem de fixar e correr o risco de o mercado continuar subindo, confirmam a máxima de que “ninguém quebra com lucro no bolso”.
O desempenho das commodities agrícolas no acumulado do ano melhorou bastante, mas ainda tem chance de subir mais. Óleo de soja subiu 7.8%, o petróleo subiu 7.5%, o açúcar subiu 4.5%, enquanto trigo, algodão e suco de laranja continuam no vermelho.
Os fundos continuam posicionados no açúcar e a trajetória de preços os estimula a pelo menos manterem suas posições. Deixe os lucros crescerem, nos ensinam os mestres. Uma eventual mudança de governo no Brasil via impeachment da presidente Dilma pode elevar os valores de NY para 16.75 centavos de dólar por libra-peso (tomando como base um preço mínimo de R$ 1.250 por tonelada)
Temos afirmado aqui que o açúcar deverá entrar num ciclo de alta. Algumas simulações de produção e consumo feitas para as próximas duas safras, dão indicações que nosso sentimento se solidifica. Pela análise de consumo dos países da Ásia, Oriente Médio e Norte da África, e considerando a limitação de aumento na capacidade de produção de alguns países (Brasil, por exemplo, cuja produção de cana está basicamente estancada há alguns anos) estimamos que tanto a safra 2016/2017 como a 2017/2018 podem apresentar déficit. O consumo mundial cresce a taxas de 1.9% (nosso número) até 2.2% (número da ISO) enquanto a produção se arrasta nos 1.6-1.7%, qualquer oscilação causada pelo tempo pode abrir um buraco entre produção e consumo.
Um respeitado analista europeu rebate meu comentário de que os altos estoques mundiais se constituem em um fator baixista para o mercado. Ele discorda argumentando que “a China mantém 6.5 milhões de toneladas, mas esse açúcar não vai para o mercado”. Nem “a Tailândia mantém estoques hoje (ao contrário de há dois anos) ”. E arremata com uma daquelas verdades que costumamos não querer enxergar: “eu acho que os estoques são um subproduto de estatísticos preguiçosos que tomam o estoque anterior (totalmente desconhecido), somam a produção (precisa), deduzem o consumo (desconhecido) e pronto”. Verdade.
Enquanto isso, o consumo de combustíveis no país continua caindo em termos de gasolina equivalente. Nos últimos doze meses a queda já é de 1.5% com tendência a piorar. No entanto, o estoque de passagem de etanol vai ser bastante curto. O início da safra pode atrasar e vai certamente diminuir no maio a disponibilidade de açúcar.
O Sindicato do Crime continua envergonhando todo o país lá fora. O Brasil tem sido manchete em quase todos os jornais do mundo em função da crise política e moral que estamos atravessando. Com o ato de nomear Lula para seu ministério para que ele adquirisse foro privilegiado faz de Dilma a presidente que mais envergonhou o Brasil em toda sua história republicana. Não há limites para a falta de vergonha na cara e o cinismo dessa camarilha. O nefasto ex-presidente Lula é verdadeiramente um profeta quando disse há alguns anos que “no Brasil o pobre que rouba vai para a cadeia e o rico que rouba vira ministro”. A Suprema Corte há de julgar esses criminosos infames com o devido rigor da Lei.
 
Arnaldo Luiz Corrêa é diretor da Archer Consulting