Etanol coloca Brasil na liderança da transição energética, diz secretário agrícola

Etanol coloca Brasil na liderança da transição energética, diz secretário agrícola

Guilherme Campos enalteceu a produção do combustível feito a partir de cana e de milho em evento no interior de São Paulo

A produção de etanol, a partir da cana-de-açúcar e do milho, deve colocar o Brasil na liderança da transição energética, se convertendo na “melhor solução de compensação de carbono devido à alta retenção desse gás na cadeia do etanol”, afirmou Guilherme Campos, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, nesta semana.

“O Brasil vai continuar a ser protagonista, inovador e líder de transição energética. Nenhum país no mundo tem capacidade de liderar esse setor como o nosso. A agroenergia vinda do etanol, que é uma solução nacional, é a melhor solução na compensação de carbono”, afirmou ele durante o II Encontro Nacional de Mudanças Climáticas para o Setor de Energia e Agronegócio (Emsea), realizado no Parque de Inovação e Tecnologia (Pit), em São José dos Campos.

De acordo com o secretário, o milho, que vai mal nos preços domésticos e de commodity externa, complementa a agroindústria e os “vazios” da produção de cana, possibilitando aumentar o volume de etanol fabricado no país.

Campos acrescentou que o país está recebendo mais visitas internacionais para acompanhar o processo nas usinas como exemplo de transição energética com selo nacional. Segundo ele, o acompanhamento das mudanças climáticas no setor tem sido um dos focos de trabalho da secretaria.


Planos de transição energética

Entre os planos do ministério que se relacionam indiretamente à transição energética, Campos destacou que uma das principais apostas da gestão é a recuperação das pastagens degradadas e a análise “minuciosa” dos dados coletados e estimados para o enfrentamento de possíveis novos eventos climáticos.
Enquanto o potencial de agroenergia brasileira oferece um futuro promissor, o secretário alertou para os riscos que as catástrofes climáticas estão causando para o segmento de seguros — cada vez mais caros, de acordo com ele. Campos voltou a mencionar que o esforço da Pasta é encontrar fontes alternativas para que produtores, como os do Rio Grande do Sul, não fiquem fora das cadeias agrícolas asseguradas.

Ele ressaltou também que os investimentos em tecnologia poderão ajudar pequenos produtores a incluir estratégias de resiliência climática em suas propriedades. Porém, até o momento, há uma expressiva disparidade entre os grandes proprietários capitalizados e mecanizados diante daqueles que estão com dívidas a pagar, observou. Campos disse que está trabalhando na captação e em conversas para esses investimentos.

 

Globo Rural