Movimento “Acelera com Etanol” ressalta vantagens do uso do biocombustível em Pernambuco

Movimento “Acelera com Etanol” ressalta vantagens do uso do biocombustível em Pernambuco

O protagonismo de Pernambuco na produção e consumo de etanol ganhará ainda mais evidência com o lançamento do movimento “Acelera com Etanol”, capitaneado pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e com o apoio da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). O presidente das duas entidades, Renato Cunha, explica que a iniciativa soma-se a outras semelhantes visando incentivar o consumo do combustível renovável, que além de emitir 90% menos CO2 em relação à gasolina, promove desenvolvimento econômico e socioambiental.

“A indústria sucroenergética pernambucana está unida neste movimento, que complementa outras mobilizações idealizadas por entidades nos planos regional e nacional. O intuito é informar a população sobre os inúmeros benefícios advindos da fabricação e uso do etanol”, ressalta Cunha, destacando que Pernambuco é o segundo maior mercado consumidor de etanol do Norte e Nordeste, atrás somente da Bahia. O segmento canavieiro é responsável por mais de 70 mil postos de trabalho em mais de 60 municípios pernambucanos.

Na safra 2023-2024, as usinas pernambucanas processaram mais de 14 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o que resultou na produção de 292 milhões de litros de etanol e mais de 1 milhão de toneladas de açúcar.

Segundo a agência SIN Comunicação, responsável pela divulgação do movimento “Acelera com Etanol”, registros das primeiras ações já estão disponíveis no Instagram e Facebook por meio do link @aceleracometanol. Em breve serão produzidas peças informativas para o Linkedln, incluindo um canal no YouTube.

A ação regional comandada pelo Sindaçúcar-PE tem como precedente outra organização, a @completacometanol, criada em 2023 pelo Sindicato da Indústria da Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), com acesso no Instagram, Facebook e YouTube. Ambos os movimentos se inserem em contexto ainda maior. Desde janeiro deste ano, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) vem promovendo a campanha “Vai de Etanol”, veiculada em rádio, TV e redes sociais.

Venda direta

Além de gerar emprego e renda e ser sustentável, a produção de etanol em Pernambuco, segundo Renato Cunha, abrange outras vantagens em termos de infraestrutura de distribuição do biocombustível: a proximidade das unidades fabris com os postos de combustíveis e a possibilidade dos produtores venderem, também alternativamente, etanol diretamente para o mercado varejista, pauta defendida desde 2016. Em 2022, após intenso trabalho na construção de diálogo entre a indústria canavieira e o governo, foi sancionada a Lei 14.292, que desobriga as usinas de comercializar o produto somente por meio das distribuidoras.

“O modelo clássico de comercialização trazia custos adicionais ao produtor por causa do chamado ‘passeio do etanol’, quando o biocombustível percorria, em certos desenhos logísticos, distâncias desnecessárias até chegar ao consumidor final. A proposta de venda direta corrigiu esse tipo de distorção e criou uma sinergia ainda mais positiva entre usinas, postos de abastecimento e consumidor”, enfatiza Cunha.

Competitividade

Um ponto ainda sensível para o setor sucroenergético nacional é a competitividade do etanol frente à gasolina. Para o presidente da NovaBio e do Sindaçúcar-PE, o grande entrave está na imprevisibilidade das políticas de precificação dos combustíveis. “O etanol ainda carece de incentivos fiscais e de uma política pública mais previsível e estável. É preciso que haja um reconhecimento por parte do governo federal dos benefícios gerados pela produção e uso dos biocombustíveis em comparação aos combustíveis de origem mineral”, ressalta.

Cunha também aponta que desde a adoção da mistura de 27% de etanol anidro na gasolina, há uma defasagem na equação que considera mais vantajoso optar pelo etanol quando o seu preço está abaixo de 70% do valor da gasolina.

“Este cálculo remete ao tempo em que vigorava a mistura de 22%, o que já não é mais o caso. É preciso levar em conta a evolução dos motores flex, que se modernizaram e hoje estão mais eficientes”, conclui o executivo.

 

NOVABIO (29/07)