Pesquisa visa validar viabilidade de produção em escala industrial de corrente de HLR rica em eteno e com conteúdo renovável
A Petrobras concluiu com sucesso uma sequência de testes em escala industrial para produzir uma corrente de Hidrocarbonetos Leves de Refinaria (HLR), rica em eteno, com conteúdo renovável. O projeto, em parceria com a Braskem, desenvolveu, ao longo dos últimos doze meses, uma potencial matéria-prima renovável para a indústria química.
“A iniciativa está alinhada ao objetivo da companhia de desenvolver um portifólio de produtos mais sustentáveis, ampliando sua atuação comercial para o ambiente de transição energética”, informa Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras.
A matéria-prima usada nos testes foi o etanol, obtido a partir de cana-de-açúcar, coprocessado na Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo (URFCC) da Recap, gerando HLR com conteúdo renovável, que irá contribuir para a redução da intensidade de carbono, em comparação ao produto de origem 100% mineral.
Os resultados positivos foram obtidos na Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá (SP). No escopo do acordo, firmado entre as duas empresas, o objetivo é identificar soluções tecnológicas para ampliar a sustentabilidade de seus portfólios, com foco nas áreas de economia circular e matérias-primas renováveis.
A produção bem-sucedida de HLR com conteúdo renovável abre novas oportunidades de negócios e fortalece a posição da Petrobras na busca por soluções sustentáveis. A companhia está preparando suas refinarias para atender à crescente demanda por combustíveis e produtos químicos de baixo carbono, alinhando-se às expectativas do mercado e contribuindo para um futuro mais verde.
A iniciativa integra o Programa BioRefino da Petrobras, que prevê o desenvolvimento de combustíveis e produtos mais sustentáveis e eficientes, com menores emissões de gases de efeito estufa. O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, explica que a companhia quer criar um parque de refino adaptado a uma economia de baixo carbono. “A Petrobras está preparando as refinarias para assumirem um papel relevante em direção à transição energética, com investimentos em eficiência no consumo de energia e na redução da pegada de carbono das operações e dos produtos”, afirma.
Com a tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), foi demonstrada a viabilidade técnica do coprocessamento do etanol em escala industrial na URFCC, sem alteração nos demais produtos da refinaria. “Os estudos realizados no Cenpes contribuem com a criação das refinarias do futuro. Teremos um parque industrial capaz de receber tanto petróleo quanto óleo vegetal ou etanol, para produzir combustível fóssil ou renovável”, ressalta Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras.
O produto do teste foi enviado à Braskem e o hidrocarboneto com conteúdo renovável foi processado com sucesso na unidade industrial de Santo André (SP). Tais iniciativas estão de acordo com as cláusulas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Por Gustavo Queiroz
Frota e Cia