A Refinaria de Manaus (Ream), privatizada no fim da gestão de Jair Bolsonaro (PL), em 2022, está com as operações paradas, denuncia o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM). A preocupação da entidade representativa é que o único centro de refinamento de combustíveis na Região Norte venha a se tornar apenas um terminal para armazenar produtos. O Estado paga, hoje, um dos maiores preços de combustíveis do País.
O presidente do Sindipetro, Marcus Ribeiro, alerta que, apesar da refinaria afirmar que está paralisada por manutenção, o cenário é outro. “[Na parada de manutenção] você muda a escala de turno de uma equipe para ficar na manutenção, você vê a quantidade de trabalhadores numa refinaria, praticamente triplica, e o que a gente está percebendo é totalmente o contrário desse movimento“, afirma. A reportagem tenta contato com a empresa.
Marcus Ribeiro também compartilha a preocupação de que a refinaria se torne apenas um terminal de armazenamento de produtos e parar de refinar os insumos. O presidente do sindicato ainda lembra que o que foi alertado em 2022 (a respeito do aumento do valor dos combustíveis) está acontecendo, assim como a demissão em massa de trabalhadores.
“Tudo o que o nosso sindicato denunciou, e continua fazendo essas denúncias, está se concretizando. Como consequência da privatização, nós estamos pagando a gasolina mais cara do País. Como consequência da privatização, a refinaria corre o grande risco de virar terminal. Como consequência disso, nós temos a demissão em massa. No mês passado, mais de 40 trabalhadores da Ream, próprios da Ream, do Grupo Atem, foram demitidos“, declara.
A CENARIUM consultou, no site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os preços médios de revenda dos combustíveis nas capitais do País. Manaus, capital do Amazonas, tem um dos preços médios mais caros em pelo menos três insumos: etanol hidratado, gasolina aditivada e gasolina comum. A pesquisa foi realizada entre 14 de julho e 20 de julho. Belém foi a única capital não avaliada.
No etanol hidratado, Manaus está entre as dez capitais com os maiores preços, com um preço médio de revenda de R$ 4,76. Quanto à gasolina aditivada, a cidade está no “top 3” das mais caras, com um preço médio de revenda de R$ 6,75. A capital amazonense ocupa a mesma posição em relação à gasolina comum, com o mesmo preço médio de revenda.
AGÊNCIA CENARIUM