Raízen descarta entrar com liminar para deixar de comprar CBios

Raízen descarta entrar com liminar para deixar de comprar CBios

Medida estaria implodindo o programa RenovaBio, segundo CEO

A Raízen descartou a possibilidade de entrar com um pedido de liminar para que seja desobrigada a comprar Créditos de Descarbonização (CBios), como cogitam suas maiores concorrentes Ipiranga e Vibra, afirmou Ricardo Mussa, CEO da companhia, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (14/8). “Entrar com liminar não faz o menor sentido. Estaria implodindo o programa [RenovaBio]”, afirmou.

Ipiranga e Vibra estão considerando entrar com ações na Justiça depois que uma série de pequenas distribuidoras conseguiram liminares desobrigando-as a cumprirem com suas metas de compra de CBios neste ano, o que as deixou em vantagem concorrencial no mercado de distribuição.

“Entendo o posicionamento [das grandes concorrentes], que estão preocupados. Mas tem o bom caminho de empoderar a ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis] para ser mais célere na cassação das licenças de quem não está recolhendo os CBios”, sustentou.

Ele defendeu ainda que se crie uma lei que torne crime ambiental uma distribuidora não cumprir com suas metas de CBios.

Ainda segundo Mussa, é estratégico para uma distribuidora de combustíveis apostar no mercado de combustíveis renováveis. “Acreditamos muito esse mercado não só como produtor [de etanol], mas como distribuidora. O mercado de combustíveis renováveis é o futuro de uma distribuidora. Isso vai prolongar a vida dos combustíveis líquidos”, afirmou.


Por Camila Souza Ramos
Globo Rural (14/08)