Especialista explica quais serão as regiões mais afetadas e o responsável pela alta nas temperaturas
A onda de frio intensa que derrubou as temperaturas no Centro-Sul do país, com mínimas de -6,4ºC e sensação térmica de -21ºC em Santa Catarina, dará espaço para uma nova onda de calor na próxima semana.
Segundo Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, os termômetros vão começar a registrar números mais altos a partir do próximo domingo (18/8) e terá duração de quatro dias, terminando na quinta-feira (22/8).
O que vai causar a nova onda de calor?
A nova onda ganha força a partir da formação de uma alta pressão em médios níveis da atmosfera, sistema que intensifica a circulação de ventos quentes do interior do país, deixando os dias mais quentes e secos.
O especialista também explica que a transição rápida de uma onda de frio para uma onda de calor não é comum, mas acontecerá por influência da oscilação antártica, cinturão de ventos ao redor do continente. Quando a oscilação é negativa, como aconteceu nesta última semana, o ar frio se desloca para o Norte. Na fase positiva, o oposto ocorre.
"Essa massa mais fria que tivemos nesses últimos dias foi muito impulsionada por esse ciclo negativo da oscilação antártica, que chegou a -4,4ºC , um recorde. A oscilação antártica vem modulando esse frio", afirma Borges.
O que é uma onda de calor?
Altas temperaturas nem sempre são indicativos de ondas de calor. Para a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), o fenômeno é caracterizado por uma sequência de, no mínimo, três dias em que as temperaturas de uma determinada região permanecem acima da média em 5ºC ou mais.
Quais regiões serão impactadas?
As principais regiões afetadas pela nova onda de calor serão o Sul e o Centro-Oeste. Algumas cidades de Santa Catarina poderão ficar até 7°C mais quentes do que o esperado para o período.
Por outro lado, no Sudeste, apesar da trégua no frio, as temperaturas devem ficar entre 2,5ºC e 3ºC acima da média para o mês. No Norte, a elevação não deverá ultrapassar 1°C, e no Nordeste, o clima segue o padrão climático.
Gangorra térmica
Logo após o fim da onda de calor, programado para o dia 22 de agosto, as temperaturas voltarão a cair. Guilherme Borges adianta que o fim de agosto e o início de setembro será marcado pela formação de uma nova massa de ar frio que irá avançar pelo país.
“A oscilação antártica entrará em um novo ciclo de temperaturas reduzidas, potencializando essa massa de ar frio. Os modelos mais estendidos de previsão já começaram a indicar a entrada do novo fenômeno."
Globo Rural